Análise de hábitos saudáveis de adolescentes e a sua relação com variáveis escolares

  1. dos Santos Guimarães, José Pedro
Dirixida por:
  1. María José Martínez Patiño Director
  2. Sandra Abreu Director

Universidade de defensa: Universidade de Vigo

Fecha de defensa: 04 de decembro de 2019

Tribunal:
  1. María del Mar Cepero González Presidente/a
  2. José Domínguez Alonso Secretario
  3. Iago Portela Pino Vogal
Departamento:
  1. Didácticas especiais

Tipo: Tese

Resumo

Análise de hábitos saudáveis em adolescentes e a sua relação com variáveis escolares Enquadramento: O sucesso académico na infância e na adolescência é um forte preditor de bem-estar e de saúde na vida adulta. A sua importância tem-se refletido diretamente na redução do tempo dedicado a atividades extracurriculares, nomeadamente na prática de atividade física, seja no próprio contexto escolar, seja por pressão dos pais. Sabemos que um estilo de vida saudável, uma dieta saudável e índices de atividade física moderados/elevados podem ter influência no desempenho académico. Mas quais são os fatores que condicionam esta aquisição de comportamentos e que perigos podem advir deste tipo de comportamentos? Começamos então por caracterizar a nossa população de estudo, o adolescente e as mudanças que ocorrem no jovem na transição da infância para a adolescência. Podemos definir adolescência como o período compreendido entre a infância e a idade adulta. A Organização Mundial de saúde define como enquadramento temporal a idade entre os 10 e os 19 anos. É na adolescência que ocorrem as maiores modificações nos estados maturacionais dos jovens, a chamada puberdade. No sexo feminino verifica-se um aumento da gordura corporal com principal incidência na zona da anca, no caso masculino acontece o oposto, há uma diminuição da gordura corporal. Em ambos os sexos apresentam um aumento de massa magra e músculo-esquelética, sendo em maior percentagem nos rapazes, É também nesta fase que ocorrem grandes alterações a nível endócrino que caracterizam a maturação puberal e mais concretamente o desenvolvimento sexual. É também na adolescência que os jovens desenvolvem a maioria das suas características psicossociais, como por exemplo: o pensamento abstrato, capacidade de introspeção, desenvolvimento de um sistema pessoal de valores e a capacidade de captação da atenção dos pares. São estes pares que podem influenciar o jovem na escolha de positiva ou negativa dos seus comportamentos relacionados com hábitos saudáveis e de identificação corporal. Vários estudos indicam que um estilo de vida orientado para a família influência os padrões alimentares das crianças de uma forma positiva enquanto os estilos de vida não orientados para a família leva a padrões alimentares menos preferíveis. Diversos estudos afirmam que nas últimas duas décadas existiram grandes mudanças nos hábitos alimentares das crianças e adolescentes, nomeadamente na maior ingestão de alimentos de elevado valor energético, gordura e consumo de bebidas açucaradas revelando a adoção de um padrão alimentar de fast-food em contradição com o padrão alimentar mediterrânico, cujo decréscimo têm-se vindo a acentuar nas últimas décadas. O padrão alimentar mediterrânico, a Dieta Mediterrânica, tão características dos países situados geograficamente em redor do mar mediterrânico é caracterizada pelo elevado consumo de frutas, vegetais, legumes, frutos secos, cereais, azeite, peixe e um consumo moderado de lacticínios e álcool (principalmente derivado do vinho) tem dado lugar a uma alimentação mais ocidentalizada e menos benéfica ao nível da saúde por parte dos jovens e adolescentes. Podemos afirmar que o ambiente onde o individuo está inserido, o seu acesso aos alimentos e a disponibilidade dos alimentos são fatores influenciadores de uma dieta saudável. Os adolescentes, ainda em formação pessoal, agem por impulso e muitas vezes são influenciados por fatores externos. O acesso a máquinas de vending na escola, com produtos processados, o acesso a lojas de conveniência próximas do ambiente escolar de baixo custo, uma constante massificação da informação relativa ao consumo proveniente dos média que vêm na população mais jovem um alvo acessível, são fatores limitadores na aquisição de hábitos saudáveis. Neste campo, o papel parental, de formação e apoio familiar tem um papel fundamental na aquisição de hábitos saudáveis. Famílias que se envolvem no processo de confeção e realizam com frequência refeições familiares, transmitem hábitos saudáveis que os adolescentes tendem a levar para a vida adulta. Compete também aos agentes parentais a fomentação de outros tipos de hábitos saudáveis como por exemplo a realização de atividade física por parte dos jovens. São conhecidos os benefícios da atividade física em crianças e adolescentes pela comunidade científica. Podemos agrupar estes benefícios em 4 grupos: i) Composição corporal – redução da prevalência de obesidade; redução da massa total em crianças e adolescentes com excesso de peso; redução da adiposidade visceral em crianças e adolescentes com excesso de peso; ii) Saúde Cardiovascular e Metabólica – Diminuição dos fatores de risco cardiovasculares que constituem a síndrome metabólica, incluindo distúrbios lipídicos, pressão arterial elevada e resistência à insulina em crianças e adolescentes; melhoria da aptidão aeróbia e respostas do sistema nervoso autónomo; aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL-C) em crianças e adolescentes; redução os níveis de triglicéridos e insulina em crianças com excesso de peso; redução da pressão arterial em jovens com hipertensão essencial leve; iii) Saúde Musculoesquelética - Melhorias na força e a resistência muscular em crianças e adolescentes; melhorias no conteúdo e densidade mineral óssea; iv) Saúde Mental e Cognitiva: Redução dos sintomas de ansiedade e depressão; melhorias no autoconceito, no desempenho académico e intelectual, melhorias na concentração, memória e comportamento em sala de aula. Relativamente a este último grupo de benefícios ligados à saúde mental e cognitiva, expomos a imagem corporal e auto conceito. A imagem corporal é um conceito multidimensional, singular e dinâmico que pode ser entendido com a representação mental do corpo. Esta representação consiste muitas vezes numa auto-avaliação e (in)satisfação, mas também na perceção do peso corporal e aparência geral do seu corpo e do corpo de outros sujeitos. A discrepância entre o peso/forma atual e a desejada pode traduzir a (in)satisfação relativa ao corpo do sujeito. A imagem corporal pode ser positiva ou satisfatória, geralmente associada a comportamentos saudáveis, como a prática de atividade física ou negativa ou insatisfatória, associado, por exemplo, à obesidade ou a distúrbios da representação do corpo. Paralelamente com a insatisfação com a imagem corporal em adolescentes, podem surgir problemas como a depressão e os distúrbios alimentares. A atividade física surge aqui com um papel fundamental, uma vez que há evidências de que adolescentes que praticam atividade física parecem experienciar uma imagem corporal mais saudável, ou seja, uma maior satisfação ou menor insatisfação com a imagem corporal, comparativamente com aqueles que não praticam atividade física. Referindo-nos agora ao segundo ponto da Saúde Mental e Cognitiva abordamos o desempenho académico e a sua relação com os pontos acima referidos. O desempenho académico deve ser entendido como o resultado de um vasto conjunto de variáveis como por exemplo o ambiente familiar, ambiente escolar, metodologia do professor, interesse e personalidade do estudante influenciam o desempenho académico. O estudo destas variáveis poderá assumir um papel pertinente na definição e na implementação de estratégias favoráveis à melhoria do desempenho académico. Desta forma, considerando as variáveis determinantes para o desempenho académico, o desenvolvimento de estudos sobre o papel da atividade física na promoção do desempenho académico poderá auxiliar os agentes educativos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. A infância e adolescência são etapas críticas para o desenvolvimento cognitivo e este período de neurodesenvolvimento pode ser particularmente sensível a fatores relacionados com a saúde que influenciam o cérebro e o comportamento, nomeadamente a pratica regular de atividade física que comprovadamente pode melhorar a saúde mental dos adolescentes. Apesar de existir entre a comunidade científica resultados contraditórios entre a relação positiva da prática de atividade física com o desempenho académico é indiscutível a relação positiva com a melhoria da saúde mental e a escola surge assim como um promotor fundamental na promoção da prática regular de atividade física e pode ajudar os jovens a cumprir as recomendações de atividade física. No entanto, enquanto que se assiste à tentativa por parte das organizações de saúde de aumentar a atividade física durante o período escolar, as instituições de ensino visam aumentar o tempo dedicado às disciplinas académicas. Assim, este debate assume uma importância vital na sociedade e nas decisões políticas. A escola surge assim como um espaço fundamental na promoção de hábitos de vida saudáveis, não só no que concerne aos níveis de atividade física como é também responsável pela promoção de hábitos alimentares concordantes com as recomendações governamentais. Objetivos: O objetivo geral desta tese de doutoramento foi de avaliar a relação entre a adoção de hábitos de vida saudáveis e o desempenho académico em adolescentes do ensino secundário do Distrito do Porto, nomeadamente a avaliação da relação entre: i) hábitos alimentares e desempenho académico; ii) hábitos alimentares e o nível de atividade física; iii) nível de atividade física e desempenho académico; iv) prática de AF extracurricular e tipo de AF extracurricular com o desempenho académico; v). verificação de associações entre a satisfação da imagem corporal e o desempenho académico; vi) verificação de associações entre a satisfação da imagem corporal e o nível atividade física. Metodologia: Os dados do presente estudo transversal foram derivados de um estudo de base escolar. A amostra contemplou 531 estudantes do ensino secundário (10º,11º,12º ano) do Distrito do Porto (296 raparigas e 235 rapazes) com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos. Foram atribuídas para o estudo, através do diretor do estabelecimento de ensino três turmas, uma de cada ano letivo. A informação foi recolhida através da aplicação de um questionário onde se obteve os seguintes dados: i) medidas antropométricas (peso e altura) foram auto reportadas e com base nesta informação calculado o índice de massa corporal usando a razão peso/estatura2 (em quilogramas por metro quadrado); ii) Para avaliação da satisfação da imagem corporal foi aplicada uma escala de silhuetas de ambos os sexos com 12 figuras ordenadas do menor para o maior volume. O estudante assinalava a imagem que percecionava de si mesmo e posteriormente a imagem que ambicionada adquirir. A discrepância entre estas duas respostas foi considerada um indicador de insatisfação com a imagem corporal. iii) Para a avaliação da do nível de atividade física habitual, foi usado o Questionário de Atividade Física para Adolescentes (em inglês International Physical Activity Questionnaire for Adolescents, IPAQ-A), validado para a população portuguesa. Este questionário é composto por 9 itens sendo 8 deles avaliados através de uma escala de Likert de 5 pontos. Valores mais baixos indicam um baixo índice de atividade física (desde os 8 pontos) e valores mais elevados indicam um nível de atividade física elevado (até 40 pontos). Adicionalmente os participantes foram questionados sobre a prática de atividade física extracurricular sendo categorizados em seis grupos de acordo com as modalidades praticadas, sendo: desportos coletivos, desportos individuais, desportos de academia, desportos de combate, atividades de expressão artística e múltiplas atividades; iv) A avaliação da motivação escolar foi realizada através da resposta a um questionário de 18 itens composto por frases para avaliação através de uma escala de Likert e agrupada em três grupos: motivação para a realização, atribuição causais de realização, autoeficácia; v) Para avaliação da adesão à Dieta Mediterrânica utilizou-se o Índice de qualidade de Dieta Mediterrânica para crianças e adolescentes (em inglês Mediterranean Diet Quality Index for children and adolescentes, KidMed); vi) Estatuto socioeconómico foi avaliado através da resposta dos alunos em relação ao nível de escolaridade dos pais e de acordo com o sistema educativo português. Para análise, considerou-se o responsável pela criança o encarregado de educação com maior nível de escolaridade; Resultados: Os resultados indicaram que: a maioria dos participantes apresenta peso normal (80,5%) e apenas 1,5% apresenta índices de obesidade, não existindo diferenças estatisticamente significativas entre os sexos. Verificou-se que 82,4% dos participantes estavam insatisfeitos com a sua imagem corporal (raparigas: 80,2% vs. rapazes: 85,1%, p=0,149) e que os rapazes são mais fisicamente ativos que as raparigas (2,6 (2,0; 3,0) vs. 2,1 (1,7; 2,6), respetivamente, p<0,001) e tem uma proporção maior na prática de atividade física extracurricular (64,7% vs. 52%, respetivamente, p=0,002). Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os sexos para as variáveis: idade, peso, estatura, nível de escolaridade dos pais, média escolar por ano de escolaridade, KIDMED, insatisfação da imagem corporal e diferença da imagem corporal percecionada e desejada. Independentemente do nível de escolaridade, verificou-se uma relação positiva baixa entre a atividade física e a adesão à dieta mediterrânica (p<0,01, para todos). Adicionalmente, verificou-se uma relação positiva entre a adesão à dieta mediterrânica, desempenho escolar e motivação escolar e entre a motivação escolar e melhor nível de escolaridade dos pais (p<0,05, para todos os anos e escolaridade). Por outro lado, verificou-se uma relação negativa entre motivação escolar e a idade (p<0,05, para todos os anos e escolaridade). Adolescentes com nível médio ou elevado de atividade física apresentaram maior adesão à dieta mediterrânica do que os adolescentes com baixo nível de atividade física (P<0,001). Quando estratificado por ano de escolaridade, verificou-se que os adolescentes com nível elevado de atividade física apresentaram maior adesão à dieta mediterrânica somente para o 11º e 12º anos de escolaridade (P<0,05, para todos). Adolescentes com elevada adesão à dieta mediterrânica apresentaram maior média escolar comparativamente aos adolescentes com adesão média somente para os 11º e 12º anos de escolaridade (P<0,05, para todos). Verificou-se que para os estudantes que frequentam o 10º ano, a média escolar foi maior nos que praticam desportos coletivos ou individuais comparativamente aos estudantes que praticam expressão artística (4,7±0,11 e 4,7±0,13 vs. 3,8±0,19, respetivamente, p<0.05). Verificou-se uma maior proporção de satisfação com a imagem corporal nos participantes que praticavam expressão artística (44,1%) e múltiplos desportos (25,7%) (P=0,003). Quando estratificado por sexo, verificou-se uma maior proporção de satisfação com a imagem corporal nos participantes que praticavam expressão artística (44,1%) e múltiplos desportos (30,8%) (P=0,038) somente no sexo feminino. Verificou-se que as raparigas que tinham um nível de atividade física elevado tinham uma chance de cerca de duas vezes maior de estarem satisfeitas com a sua imagem corporal comparativamente com as tinham um baixo nível de atividade física (OR=2,4, p=0,031). Discussão dos resultados: Relacionando os nossos resultados com os objetivos propostos podemos referir que os nossos dados, relativamente à adesão à Dieta Mediterrânica são coincidentes com os resultados obtidos por autores de estudos em contexto nacional e em países situados na área geográfica proximal ao mar mediterrâneo, ou seja, apresentam uma adesão elevada, contrariamente aos resultados obtidos nos estudos realizados em países centro-europeus. Resultados concordantes com os obtidos no nosso estudo também foram evidenciados, relativamente à relação de uma adoção à Dieta Mediterrânica com o nível de atividade física e desempenho académico na generalidade dos estudos europeus referenciados, contrariamente a estudos realizados em continentes que não o europeu. Analisando o desempenho académico com a atividade física extra-curricular, no nosso estudo apenas é apresentado no 12º ano um desempenho académico inferior a quem pratica atividade física extracurricular sendo que nos 10º e 11º o desempenho académico é superior a quem pratica atividade física extracurricular. O desempenho académico não é influenciado, neste caso, pelo tipo de atividade física extracurricular nos 11º e 12º, no entanto existe diferença estatisticamente significativa no 10º no que concerne ao desempenho académico inferior nos estudantes que praticam atividade física de cariz artístico comparativamente aos estudantes que praticam desportos individuais e coletivos, dados estes que vão de encontro ao apresentado por investigadores que referem que para além da prática de atividade física, importa refletir sobre o tipo de prática e envolvimento desportivo, uma vez que as evidências de associação positiva entre o envolvimento em desportos de equipa competitivos e desportos individuais de cariz competitivo com o maior desempenho académico. A influência do estatuto socio económico dos pais, assim como o significado entre “Atividade Física” e “Participação Desportiva”, atraindo para este último, fatores como a supervisão do treinador para um maior envolvimento escolar dos seus atletas são fatores evidenciados em estudos anteriores. Relativamente ao nível de satisfação da imagem corporal, encontramos resultados distintos nos dois sexos. Nos rapazes não encontramos qualquer associação significativa entre a satisfação com a imagem corporal e o nível de atividade física. As raparigas têm uma probabilidade duas vezes superior de estarem mais satisfeitas com a sua imagem corporal se forem fisicamente ativas. De fato, estudos anteriores referem que a este respeito os resultados contraditórios. A área geográfica parece influenciar os resultados: estudos europeus referem que uma população fisicamente ativa tem uma perceção de imagem corporal positiva enquanto estudos no continente americano referem o inverso. As raparigas apresentam uma maior insatisfação com a imagem corporal, comparativamente com os rapazes, e esta insatisfação aumenta também com o concomitante aumento do IMC. Por outro lado, sabemos que os níveis de atividade física influenciam o IMC .AF, o que nos leva a considerar que estes resultados vão de encontro aos resultados por nós observados. Não observamos uma relação entre a satisfação da imagem corporal com o desempenho académico. Na literatura os relatos são contraditórios, pelo que mais estudos são necessários para esclarecer esta temática. Existem estudos que referem que a perceção de uma imagem corporal negativa está positivamente relacionada um desempenho académico mais fraco. Outros estudos anteriores referem que estudantes com uma satisfação corporal maior apresentavam desempenhos académicos inferiores. Conclusões e Implicações Práticas: Os nossos resultados suportam a importância de um estilo de vida ativo, com a presença da atividade física regular e hábitos alimentares saudáveis, sugerindo que poderá ser um fator importante na melhoria do desempenho académico. Na globalidade, com o presente trabalho é possível concluir: i) Os estudantes com uma maior adesão à dieta mediterrânica têm melhores classificações escolares; ii) De uma forma geral, adolescentes com um nível de atividade física médio e elevado apresentam um maior nível de adesão à dieta mediterrânica; iii) Não se verificou associação entre o nível de atividade física e desempenho académico; iv) Especificamente para os estudantes do 10º ano foi estabelecido uma maior média escolar para os estudantes praticantes de desportos coletivos e individuais comparativamente aos praticantes de desportos de cariz artístico; v) Não se verificou associação satisfação da imagem corporal e o desempenho académico; vi) Verificou-se que raparigas com maiores níveis de atividade física tinham duas vezes mais chance de estarem satisfeitas com a sua imagem corporal. Palavras-chave: Desempenho académico, atividade física, adolescentes, KIDMED, satisfação de imagem corporal.