Relação entre o turismo e a qualidade de vida no turismo sénior. Avaliação na eurorregião

Resumo

Assume-se na nossa sociedade que o turismo contribui para melhorar a nossa saúde mental e física no tempo de lazer e, desta forma, torna-se um precursor do aumento da qualidade de vida. O objetivo da presente investigação, relacionada com o turismo, o termalismo e a qualidade de vida, procurou, no essencial, dar um contributo no que se refere à influência do turismo na qualidade de vida dos turistas idosos. Este projeto de investigação começa por apresentar uma revisão da literatura com vista a aprofundar os conceitos relativos a todo o estudo, tais como: turismo, termalismo, turismo de bem-estar, qualidade de vida e turismo dos idosos. Há evidências em diferentes estudos de que experiências relacionadas com o turismo levam a estados psicológicos e físicos positivos, melhorando a sensação de bem-estar, de felicidade, de qualidade de vida e de satisfação com a vida em geral. Mais especificamente, também, foram realizados estudos onde se verificou que as atividades relacionadas com o turismo têm influencia significativa no bem-estar, na qualidade de vida e na satisfação geral com a vida dos turistas idosos (Woo, Kim e Uysal, 2015; Ferrer, Sanz, Ferrandis, Mccabe e Garcia, 2016; Gu, Zhu, Brown, Hoenig e Zeng, 2016; Balderas-Cejudo, Leeson e Urdaneta, 2017; Mélon, Agrigoroaei, Diekmann e Luminet 2018; Hwang, Kim, Lee e Sahito, 2020). No entanto, não se observou, até à data, nenhum estudo que compara a perceção da qualidade de vida dos turistas idosos frequentadores do termalismo com a dos turistas idosos dos outros segmentos do turismo. Aferimos, ainda, no nosso estudo, as variáveis de motivação e os constrangimentos relacionados com a viagem dos turistas idosos. Portanto, a pesquisa proposta visa analisar a qualidade de vida percecionada pelos turistas idosos e pelos termalistas na região Norte de Portugal e na Galiza. Atualmente, o turismo de saúde e bem-estar encontra-se difundido por todo mundo, quer devido às suas virtudes terapêuticas milenares que integram o termalismo clássico quer pela sua componente de bem-estar que compreende os programas de relaxamento, prevenção, lazer e cuidado com o corpo e a mente. Assim, este segmento do turismo ocupa uma posição cimeira no que respeita às continuas taxas de crescimento relativas quer ao número de turistas quer ao valor das receitas, pela previsão de crescimento de 7,5%, até 2022, apresentada pelo GWI (2018). As estâncias e balneários termais do Norte de Portugal e da Galiza estão preparadas para receber visitantes que pretendam tratamentos compreendidos quer no âmbito do termalismo clássico quer na extensão deste, ou seja, na vertente mais orientada para o lazer e relaxamento, que é, aliás, a vertente que tem crescido consideravelmente e engrossado os números das fileiras de utilizadores das mesmas estâncias e balneários termais. A investigação, incluiu, no seu estudo empírico, a realização de inquéritos com o intuito de avaliar a qualidade de vida percebida pelos termalistas, da Galiza e do Norte de Portugal, aquando da utilização dos programas oferecidos pelo termalismo quer na sua vertente tradicional quer na sua vertente de bem-estar; e avaliar a qualidade de vida percebida pelos turistas idosos dos outros segmentos de turismo diferentes do turismo de saúde e bem-estar. Foram aplicados 917 questionários, dos quais, 424 aplicados aos termalistas e 493 aos turistas idosos dos outros segmentos do turismo, do Norte de Portugal e da Galiza. Face aos resultados podemos concluir que ambos os grupos percecionaram melhorias na qualidade de vida e que os turistas termalistas obtiveram níveis mais elevados de satisfação geral com a vida.