“Cartas póstumas do holocausto": uma proposta de ensino
- Alana de Moraes Leite 3
- Karl Schurster 12
-
1
Universidade de Pernambuco
info
-
2
Universidade de Vigo
info
-
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco
info
ISSN: 1983-7801
Ano de publicación: 2022
Volume: 15
Número: 1
Páxinas: 7-25
Tipo: Artigo
Outras publicacións en: Mosaico - Revista de História
Resumo
Este artigo tem por objetivo central a produção de uma sequência didática, no âmbito da formação de professores, que discuta a Shoah como fenômeno de crise da alteridade e suas condições de permanência no tempo presente, a partir de um diálogo entre a filosofia de filosofia de Emmanuel Lévinas e a relação entre educação, memória e escrita de Emmanuel Taub. Utilizamos o documento “Estas são minhas últimas palavras... cartas póstumas do Holocausto”, material que reúne 117 cartas, organizado pela Escola Internacional para Estudos do Holocausto do Yad Vashem – Museu Israelense, adotamos a análise categórica temática para dividir as cartas em categorias e construir “núcleos de sentido”, temas-eixo. Nossa proposta didática está fundamenta na filosofia educativa do Yad Vashem, especialmente no tocante ao uso de testemunhos no processo de ensino, nesse caso as cartas póstumas, como forma de gerar identificação entre o sujeito que estuda e o evento estudado.
Referencias bibliográficas
- ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. In: ADORNO, Theodor W. Educação após Auschwitz. Trad. Wolgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terro, 1995.
- BARROS, José D’Assunção. Contribuição para o estudo dos campos disciplinares. Revista ALPHA, Patos de Minas, UNIPAM, n. 11, p. 205-216, ago. 2010.
- BAUER, Caroline Silveira. Políticas de memória: aproximações conceituais e teóricas. In: GALLO, Carlos Artur (org.). Nas trincheiras da memória: lutas pelo passado, políticas de memória e justiça de transição no sul da Europa e na América da Sul. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2021. p. 12-23.
- BAUER, Yehuda. Ref lexiones sobre el Holocausto. Jerusalém: E. D. Z. Nativ Ediciones, 2013.
- CALDAS, Pedro Spinola Pereira. O conceito de evento limite: uma análise de seus diagnósticos. Revista Te m p o, Niterói, v. 25, n. 3, p. 737-757, set./dez. 2019.
- CORREIA, Sílvia. Escrita de guerra como metáfora rememorativa da vida: uma análise das cartas dos soldados portugueses na Primeira Guerra Mundial. In: CALDEIRA, A. P. S; MARCELINO, D. A. (orgs.). Lugares e práticas historiográficas: escritas, museus, imagens e comemorações. Curitiba: CRV, 2021. p. 207-222.
- DANZIGER, Leila. Shoah ou Holocausto: a aporia dos nomes. Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG. Belo Horizonte, v. 1, n. 1, out. 2007.DIJK, Teun A. van. (org.). Racismo e discurso na América Latina. São Paulo: Contexto, 2016.
- DOSSE, François. Renascimento do Acontecimento: um desafio para o historiador, entre Esfinge e Fénix. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
- FINCHELSTEIN, Federico. El canon del holocausto. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2010.
- FONTANA, Josep. A História dos Homens. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2004.
- GARRIDO, Vilarinño Xóan Manuel. Introdução. In: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da; SCHURSTER, Karl. (org.). Ensino de História, regimes autoritários e traumas coletivos. Rio de Janeiro; Porto Alegre: Autografia: EDUPE: EDIPUCRS, 2017. v. 2.
- GAY, Peter. A experiência burguesa da rainha Vitória a Freud. O cultivo do ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. v. 3.
- GÓES, Clara de. “Sobre o ódio”. In: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da et al. (org.). Ve l h a s e novas direitas: a atualidade de uma polêmica. Recife: EDUPE, Editora da Universidade de Per na mbuc o, 2014.
- GUTMAN, Israel. Holocausto y memoria. Jerusalén: Yad Vashem, 2013.
- HARTOG, François. Regimes de Historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
- HIRSCH, Marianne. La Generación de la Posmemoria: escritura y cultura visual después del Holocausto. Madrid: Editorial Carpe Noctem, PanCritica, 2015.
- HUYSSEN, Andreas. Culturas do Passado-Presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. Rio de janeiro: Contraponto, Museu de arte do Rio, 2014.
- LACAPRA, Dominick. Escribir el historia, escribir el trauma. Buenos Aires: Nueva Visión, 2005.
- LEITE, Alana de Moraes. “Lembrar o que Todos Querem Esquecer”: a urgência do ensino de traumas coletivos. REVISTA AQUILA, n. 22, ano X., p. 151-170, jan./jun. 2020.
- LEVI, Primo. É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
- LÉVINAS, Emmanuel. Entre Nós: ensaios sobre a alteridade. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2004.
- REISS, Carlos et al. Luz sobre o caos: educação e Memória do Holocausto. Rio de Janeiro (RJ): Imprimatur, 2018. p. 121.
- RICOEUR, Paul. O perdão pode curar? Trad. José Rosa. In: RICOEUR, Paul. LusoSofia, Pross. p. 3-10.
- SARLO, Beatriz. Tiempo passado: cultura de la memoria y giro subjetivo. Una discusión. Buenos Aires: Siglo veintiuno, 2005.
- SCHURSTER, Karl; LEITE, Alana de Moraes. “História da Historiografia do Tempo Presente: questões e debates”. In: ELÍBIO, Antônio; SCHURSTER, Karl; PINHEIRO, Rafael. Tempo Presente: uma história em debate. Rio de Janeiro: Autografia; Recife: EDUPE. 2019.
- SÉMELIN, Jacques. Purificar e destruir: usos políticos dos massacres e dos genocídios. Rio de janeiro: Difel, 2009.
- SUZUKI, Márcio. Introdução à “querela dos historiadores”. Novos Estudos, n. 25, out. 1989.
- TAUB, Emmanuel. Escritura, Memoria y Destrucción: comentarios sobre la educación postgenocida. In: KOVACIC, Verónica. Conocer, Compreender y Recordar: recursos para enseñar el Holocausto-Shoá y otros processos genocidas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2017.
- YAD VASHEM. Editor: Zwi Bacharach. “Estas Son Mis Últimas Palabras...”: cartas póstu-mas del Holocausto. Israel: Yad Vashem, 2006.
- WISEL, Elie. Legends o four Time. New York, 1968.
- FALAVINHA, Luzilete. Sexualidade e implicações socioeducacionais em O Diário de Anne Frank. Plural: Curitiba, 4 de agosto de 2021. Disponível em: https://www.plural.jor.br/colunas/holocausto-e-atualidade/sexualidade-e-implicacoes-socioeducacionais-em-o-diario-de-anne-frank/. Acesso em: 12 abr. 2021.